sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Ensaios sobre encontros e construções na fé judaica: Deus é bom e o Satan é mau

(artigo publicado na Revista Unitas. 
Disponível em: http://revista.faculdadeunida.com.br/index.php/unitas/article/view/3/5)

“Antes de o indivíduo se propor a lutar contra a maldade no mundo exterior,                                           ele precisa primeiro estabelecer a ordem em seu mundo interior.”[2]

INTRODUÇÃO
O século XIX foi responsável pela virada hermenêutica em textos sagrados. Após o declínio do domínio religioso no meio das ciências e o grande interesse pelo universal, abriu-se espaço para o surgimento da comparação entre as religiões.
O presente artigo versará a comparação entre o zoroastrismo e a fé judaica amparada a partir do século VI a.e.C., época do início do domínio Persa sobre Israel. Observaremos a mudança teológica do Deus causador de todo o bem e de todo o mal, para um Deus que faz o bem, contrastando com Satan, responsabilizado pelo mal.
Ainda à guisa de introdução, precisamos sublinhar dois problemas para uma consulta futura e mais exaustiva: a) Israel, nos quesitos religião, política e economia, não pode ser tratado como um todo unificado. Fohrer destacará, inclusive, que os israelitas nem constituíam um grupo étnico homogêneo.[3] Em diversos momentos, é notada a presença de grupos internos contrários no que se refere à ideia da fé. Portanto, nosso interesse em informar sobre a influência persa na religião judaica, não poderá pretender a generalização; b) A cronologia dos acontecimentos. Ackroyd destacará a dificuldade em apresentar uma cronologia dos acontecimentos na época em que o governo persa assumiu o lugar da Babilônia.[4] Herbert Donner acredita, por exemplo, que a saída da Babilônia não se deu da noite para o dia (neste caso, em 538 a.e.C.); fora apenas na década de 20 (séc. VI), sob o governo de Cambises ou Dario I.[5]
1        ISRAEL E SUAS MÚLTIPLAS RELAÇÕES
A fé de Israel é uma fé construída através de encontros. Sua teologia fora alterada/acrescida a cada manifestação de força contrária em seu caminho. Isso nos leva a entender que a Bíblia baseia-se numa experiência quase universal. Considerando que o Êxodo tenha existido, começa-se pelo contato com a fé egípcia, onde o dualismo já fazia parte do mito cultual: Osíris era como um deus bom, enquanto Seth-Typhon, um deus mal;[6] é possível citar os sumérios com sua influência na construção literária da Torah[7], bem como Gilgamesh em oposição ao monstro Huwawa;[8] com os cananeus, Baal (o deus da fertilidade) e Mot (deus do submundo e da morte);[9] no exílio babilônico, Israel teve contato com a adoração de Marduk[10], o que vencera Tiamat.[11] Mesmo que Israel tivesse ciência dos combates cósmicos existentes e todo o dualismo nas religiões circundantes, o Primeiro Testamento não apresenta nenhuma luta cósmica entre Javé e Satan. O inimigo é o outro. Israel não luta contra deuses, mas contra governos.
O inimigo não é só o outro, mas também outro: o próprio Javé (Lm 2.5).[12] O livro de Lamentações (2.21) registrará: “Tu os mataste, no dia de tua ira, sem piedade os imolaste”. O autor de Lamentações “emprega seis termos diferentes (͑ap, ḥărôn, ḥări, ḥēmâ, za ͑am, ͑ebrâ) cerca de dezoito vezes para expressar o caráter irado do julgamento de Deus”.[13] Javé é responsabilizado não pela causa e sim pelo mal enviado, pois o mesmo livro em questão denuncia o pecado humano em 3.39,42[14].
Javé é o pastor perverso (3.2). Ele é único e não há nada além dele. Luz e treva são obras de suas mãos. Vê-se que o aspecto destrutivo da personalidade de Deus será reconhecido ulteriormente como Satan.
2        MONOTEÍSMO (?)
A fé judaica não deixa dúvidas quanto a unicidade de Javé. O critério da OHD (por volta de 550 a.e.C.), por exemplo, está baseado em Dt. 6.4: “Ouve, Israel, Javé nosso Deus é o único Deus”. Suas três exigências são: Um só Deus, um só povo e um só lugar de culto.[15] A primeira exigência define: nada de ídolos. Deus é um só e responsabilizado tanto pelo bem como pelo mal. Não há lugar para um dualismo religioso. Todas as coisas provêm de um só Deus.
Jeffrey Burton Russel enfatiza que “na religião hebraica pré-exílio, o Senhor fez tudo que estava no céu e na terra, tanto o bem como o mal. O diabo não existe”.[16]
3        DUALISMO (?)
O Dêutero-Isaías (45.7)[17] combaterá essa ideia, ainda na ambiência babilônica, ao afirmar: “Formo luz e crio escuridão, o que faz paz e o que cria mal, eu, YHWH, o que faz tudo isso”. Não poderia haver concorrência de poderes. Não obstante, Geza Vermes nos dirá que “a ideia de que os demônios eram responsáveis por todo o mal moral e físico penetrou profundamente no pensamento religioso judaico no período após o exílio babilônico, sem dúvida, como resultado da influência iraniana sobre o judaísmo”.[18] Na Pérsia, Ahura Mazda é deus da luz[19] e Angra Mainyu é deus das trevas[20]. E como isso fora possível, visto que Israel rejeitava tal teologia dualista?
Em primeiro lugar, a visão dualista do cosmos[21] não surgira com os persas e também foi um trabalho de elaboração teológica no zoroastrismo:
A concepção original Gathas da realidade do mal é mais enfatizada pelos teólogos do período avéstico tardio, e a personalidade do príncipe do mal se torna ao mesmo tempo mais pronunciada. O cerne mais difícil que confronta os sacerdotes zoroastristas, como faz todo teólogo, é como Ahura Mazda, o pai de bondade, pode ser feito responsável pela existência do mal no mundo. O profeta já ensinou a existência de um poder independente como o autor do mal. A ideia inerente a este ensino é agora, elaboradamente, trabalhado até que cada objeto que é marcado pelo homem como o mal seja atribuído à atuação do Espírito Maligno. A proibição é colocada sobre tudo no universo que se opõe ao reino de Asha da justiça, até o detalhe de criaturas nocivas e plantas venenosas. Eles pertencem à criação do mal.[22] (Grifo nosso)
Dhalla ainda informa:
O epíteto Gatha Angra é transformado em um nome próprio.[23] Angra Mainyu é o Demônio de Demônios (Vd19.1,43), que se infiltrou na criação do Bom Espírito (Yt13.77). Seu epíteto é “cheio de morte” (Y61.2; Yt3.13; 10.97; 13.71; 15,56; 17.19; 18,2; 24.43; Vd1.3; 19.1, 43, 44; 22,2; Aog.4.28.).  (...) Ele é o pior mentiroso (Yt3.13). Ele é um tirano (Vd19.3), (...) e do conhecimento do mal (Aog.4), e de malignidade (Yt17.19; Vd11.10; 19,1,5,9,12,44), bem como inveteradamente perverso (Y27.1; Yt10.118; 13.71,78). Ele é o fazedor de obras más (Yt19.97).[24] (Grifo nosso)
Em segundo lugar, Eliade esclarecerá que “a teologia de Zaratustra não é ‘dualista’ no sentido estrito do termo, uma vez que Aúra-Masda não é confrontado com um ‘antideus’”.[25] Seria mais aceitável, portanto, a ideia de um Deus criador de todas as coisas, mas, que, se exime da responsabilidade do Mal. Na sequência, Eliade dirá que: “... o Bem e o Mal, o santo e o demônio destruidor procedem de Aúra-Masda, mas como Angra Mainyu escolheu livremente o seu modo de ser e a sua vocação maléfica, o Senhor Sábio não pode ser considerado responsável pelo aparecimento do mal.”[26]
Observamos, portanto, que na tradição persa a construção teológica do “fazedor do mal”, vem de: a) uma futura “personificação” do mal e; b) pela simples escolha de se querer fazer o mal.
4        DEUS É BOM, SATAN É MAU
Os judaítas estavam mesmo dispostos à compreensão de uma teologia reformulada. Um breve exemplo está na revisão do texto de 2Sm 24.1: “A ira de YHWH se acendeu contra Israel e incitou David contra eles: ‘Vai’, disse ele, ‘e faze o recenseamento de Israel e de Judá’” (Grifo nosso). Os líderes atualizam a teologia da história de Israel: “Permaneceu Satan contra Israel e instigou a David para enumerar a Israel” (1Cr 21.1; grifo nosso).
Em três lugares na Bíblia aparece o nome Satan: Jó 1-2; Zc 3.1 e 1Cr 21.1. Apenas no último texto, Satan é empregado sem artigo, como nome próprio.[27] “Para o cronista, o próprio Deus não pode mais exercer essa função negativa; ela precisa ser deslocada para uma figura fora de Deus".[28]
A revisão da OHCr[29], responsável pelo texto acima, nos revela não somente uma mudança na leitura sobre o rei Davi (que passa a ser um fiel seguidor de YHWH)[30]; ela transparece a mudança de vetor teológico (de valor cúltico/litúrgico) quanto a questão da personificação do mal em Satan. Este aparece como alguém que possui instrumentalidade independente.
CONCLUSÃO
Tentamos aqui apontar, ainda que de maneira iniciante, a transformação na teologia judaica pós-exílio no que tange à atribuição do “bem” e do “mal” a Iahweh e a Satan – respectivamente – dada no contato, sobretudo, com a religião persa.
Os textos utilizados, como a releitura da OHCr, ainda são possibilidades para futuras pesquisas mais bem detalhadas. Mas o que vimos até aqui não pode ser descartado, mediante a importância da religião de Zaratustra como aquela que influenciou a maior parte da fé judaica e, consequentemente, cristã. Isto posto, é-nos possível verificar como as catástrofes da vida (como a destruição da cidade santa e o exílio) têm o poder de transformar até mesmo a fé de um povo escolhido. A fé é certeza até que o bem e o mal sejam resolvidos e/ou bem definidos dentro de nós para que assim, sejam definidos nos céus.

REFERÊNCIAS
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[2] DHALLA, Maneckji Nusservanji. History of Zoroastrianism. New York, Oxford University Press, London Toronto, 1938, p. 52.
[3] Cf. FOHRER, Georg. História da Religião de Israel. Trad. Josué Xavier. Santo André: Academia Cristã/Paulus, 2012, p. 33.
[4] Cf. ACKROYD, Peter R. Israel under Babylon and Persia. Oxford University Press, Walton Street, Oxford ox2 6dp, 1970, p. 171.
[5] DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos. Vol. 2. Da época da divisão do reino até Alexandre Magno. 4ªEd. São Leopoldo-RS: Ed. Sinodal, 1997, p. 465. (DONNER apresenta como referência a obra de A.A. AKARYA: The Chronology of the Return from the Babylonian Captivity. Tarbiz, 37:329-337, 1967/8.)
O doutor em Ciências da Religião, prof. Daniel SOTELO, reafirma essa problemática cronológica em: O Pós-Exílio, Coleção História de Israel, vol. 3. São Paulo: Fonte Editorial, 2012, pp. 11-14.
Não nos caberá, nesta comunicação, discutir o assunto da cronologia, embora seja relevante registrá-lo como ponto introdutório para a construção desta comunicação.
[6] Cf. SEGANFREDO, Carmen; FRANCHINI, A.S. As melhores histórias da Mitologia Egípcia. Porto Alegre-RS: L&PM, 2012, pp. 53-68.
[7] CORREA, Maria Isabelle Palma Gomes. Mitos Cosmogônicos: Suméria e Babilônia, p. 200. Disponível em http://www.galeon.com/projetochronos/chronosantiga/isabelle/Sum_indx.html. Acesso em 10 de junho de 2014.
[8] SANDARS, N.K. A Epopeia de Gilgamesh. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
[9] FOHRER, Georg. História da Religião de Israel. Trad. Josué Xavier. Santo André: Academia Cristã/Paulus, 2012, pp. 52-67.
[10] Marduk (ou Marduque) é chamado de Merodaque pelos hebreus (Is. 39.1; Jr. 50.2; 2Rs 25.27).
[11] Enuma Elish – o épico da criação. Trad. L.W. King. Londres, 1902. Tábua 4. Disponível no sítio eletrônico: http://www.setecove.com.br/upload/apostila/ehji4l4e2icENUMA%20ELISH%20em%20Portugu%C3%AAs.pdf. Acesso em 10 de junho de 2014.
[12] KLEIN, Ralph W. Israel no Exílio – uma interpretação teológica. Trad. Edwino Royer. Santo André-SP: Academia Cristã; São Paulo: Paulus, 2012, pp. 31-32.
[13] Idem, nota 5, p. 32.
[14] “Por que se queixa o homem, que ele seja homem apesar de seus pecados?... Nós pecamos, fomos rebeldes e tu não nos perdoaste.”
[15] SCHWANTES, Milton. Sofrimento e Esperança no Exílio. História e teologia do povo de Deus no século VI a.C. 3ª ed. São Leopoldo: Oikos, 2009, pp. 30-31.
[16] RUSSEL, J.B. The Devil. Ithaca: Cornell University Press, 1977, p. 174.
Caberia melhor investigação da figura do mal nos demais livros judaicos: embora a figura do Adversário esteja presente no Talmud e no Midrash, nenhum destes fazem menção de Satan como anjo caído. Até mesmo o Zohar (comentários místicos sobre a Torah; escritos, segundo a tradição ortodoxa, no século II d.e.C.), o “lado negro” é apresentado como um aspecto de Deus que no mundo é visto como resultado do pecado humano. O Zohar não ensina o dualismo, mas ensina que a luta entre o bem e o mal ocorre dentro do ser divino.
[17] יוֹצֵ֥ר אוֹר֙ וּבוֹרֵ֣א ח֕שֶׁךּ עֺשֶׂה שׇׁל֭וֹם וּב֣וֹרֵא רׇע֑ אֲנׅי יְהוָה עֺשֺה כׇל־אֲלֶה
[18]  VERMES, Geza. Jesus, o Judeu. London: SCM, 1993, p. 61.
[19] DHALLA, 1938, pp. 30-35; 155-156.
[20] Idem, pp. 259-261.
[21] Nesta esteira de pensamento, um deus faz o bem, enquanto outro, o mal.
[22] DHALLA, 1938, p. 257.
[23] Da mesma maneira que Satan.
[24] Idem, p. 259.
[25] ELIADE, Mircea. História das Crenças e das Ideias Religiosas. Tomo I: Da Idade das Pedras aos Mistérios de Elêusis. Vol. 2: Dos Vedas a Dionísio. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978, p. 148.
[26] Idem.
[27] Bíblia – Tradução Ecumênica (TEB). São Paulo: Edições Loyola, 1994, p. 1472, n. t.
וַיַּֽעֲמֺ֥ר שָֹטָ֭ן עַל־יִשְֺרָאֵ֑ל וַיַּסֶת֙ אֶת־דָּוִ֔יד לׅמְנ֭וֹת אֶת־יִשׂרָאֵֽל
[28] BAUER - Dicionário Bíblico-Teológico.  São Paulo: Ed. Loyola, 2000, p. 400.
[29] Obra Historiográfica Cronista.
[30] SOTELO, Daniel M. A Torah e a Obra Historiográfica Deuteronomista: as revisões sob a influência persa no contexto sócio-histórico do pós-exílio. 2010. 226 f. Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Departamento de Filosofia e Teologia. 2010, p. 74.

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